sexta-feira, 31 de maio de 2024

Princesa Maria Teresa de Lamballe, a melhor amiga da Rainha e que foi também uma mártir.

Princesa de Lamballe, a melhor amiga de Maria Antonieta, rainha da França .

Princesa Maria Luísa Teresa de Saboia,n ascida como uma princesa italiana da Casa de Saboia, filha Luís Vítor, Príncipe de Carignano ( o bisneto dele, sobrinho-neto da Princesa de Lamballe, sucedeu ao trono real como o rei Carlos Alberto da Sardenha, enquanto seu trineto, Vítor Emanuel II, tornou-se o primeiro rei da Itália unificada.
Sua mãe Cristina Henriqueta de Hesse-Rheinfels-Rotemburgo (21 de novembro de 1717 – 1 de setembro de 1778) foi uma princesa da Casa de Hesse por nascimento.
Ambos os seus pais morreram em 1778, antes de sua trágica morte.


A Princesa casou-se em 1767 com o príncipe francês Luís Alexandre de Bourbon, Príncipe de Lamballe. 

Tornou-se assim membro de um ramo ilegítimo da família real Francesa por seu casamento, em 1767, com o filho do Duque de Penthièvre, que, por sua vez, era filho do Conde de Toulouse, sendo o conde filho legitimado do rei Luís XIV de França e de Francisca Atenas, Madame de Montespan.

Seu marido era um amoral, vindo a falecer jovem deixando a esposa viúva com 19 anos.
Seu sogro guarda-a perto dele e, juntos, tornam-se muito ativos em diversas obras piedosas e caridosas. 

Ela conhece então Maria Antonieta em 1770 tendo sido sua companhia favorita até 1775, quando infelizmente a Rainha se ligou a Yolanda de Polignac.

A Rainha se reaproximará dela novamente no tempo da Revolução.

Farei uma exposição mais ampla dessa Princesa que bem o merece por seu carácter bondoso e puritano e por sua dedicação á Rainha.

Ela foi uma das vítimas mais célebres da Revolução Francesa.

 Pessoa de muito destaque na Corte da França, era aparentada com a Casa Real e era conhecida pela sua boa conduta moral, pela virtude de que tinha dado mostras, suas grandes obras de caridade e pela predileção especial também de que ela gozou, durante algum tempo, da parte da rainha Maria Antonieta. Acontece que, em determinado momento, Maria Antonieta separou-se da Princesa de Lamballe porque a Princesa não era dada á divertimentos como a Condessa de Polignac e esta foi viajar e passou uma temporada grande em Londres. 

 Nunca guardou ressentimentos por ter sido rejeitada. 

Arrebentou a Revolução Francesa, e ela sentindo que a rainha começava a entrar num ciclo de desgraças, julgou sua obrigação sair de Londres onde estava, para associar-se ao destino da Rainha.

 E morreu vítima da dedicação que tinha tido à rainha. A morte dela foi uma das mais atrozes que houve durante a Revolução Francesa. 

A Princesa de Lamballe, como muitos nobres daquele tempo, provavelmente ignorando o que havia de ruim na maçonaria, aceitou ser grã-mestre da maçonaria francesa; enquanto o cunhado dela, o duque de Orléans, era o grão-mestre da maçonaria francesa.

 Maria Antonieta sabia que a Princesa de Lamballe era grã-mestre da maçonaria, e aprovava esse fato, porque apesar de ambas terem bom coração não tinham contudo inteligência suficiente para verem o perigo da maçonaria para o cristianismo.

 Esta morte, cruel e bárbara como os senhores verão, foi ao mesmo tempo uma morte que revelou a abnegação dela.

 Sua morte tem algo de um martírio e neste sentido ela é sublime. Ela morreu por encarnar princípios, tradições e instituições que o ódio satânico da Revolução queria destruir. E neste sentido, teve algo de martírio. 

Teve algo de martírio também porque expôs sua vida para cumprir os seus deveres de dedicação para com a rainha. Isso não deixa de tornar infame o crime praticado contra a pessoa dela pela Revolução. O texto que tenho a comentar é o seguinte:

 “A Princesa se tinha indisposto pelo alvoroço dos assassinos em Paris” – tinham assassinado muita gente etc. “Sonhos terríveis lhe tiraram a possibilidade de dormir e ela, que já estava presa, foi subitamente obrigada a seguir os assassinos até uma das prisões chamada Abadia.

 Estava tão fraca que apenas podia levantar-se e pediu que a deixassem onde estava. Preferia morrer ali do que em qualquer outra parte.

 “Um dos assassinos que devia levá-la, inclinou-se sobre ela e lhe sussurrou no ouvido que obedecesse.

 A sua salvação dependia disso. Então, ela pediu àqueles homens que a deixassem só um instante para que ela pudesse se vestir. Logo depois, ela aceitou o braço de um soldado, porque ela não podia se sustentar e foi levada de seu aposento ao tribunal que funcionava na prisão da Abadia, o qual era dirigido por Hébert e Louilière.

 “Quando viu as espadas desnudas e os assassinos todos manchados de sangue, e ouviu também o clamor das vítimas, ela caiu desmaiada.

 Sua camareira, Mme. de Navarre – sua dama de companhia aliás – fê-la voltar a si com dificuldade. Logo começou o julgamento.

  “Quem sois? Perguntaram. “- Maria Luiza, Princesa de Sabóia”. Ela era nascida italiana – Princesa de Sabóia, casada com um Príncipe francês.
 “- Qual é seu emprego? “Diz ela: – dama de honra da rainha.
 “- Tivestes conhecimento da conspiração da Corte no dia 10 de Agosto?
 “Resposta dela: – eu não sei de que em 10 de Agosto tenha havido qualquer conspiração. Mas eu sei dizer que eu nunca ouvi falar de semelhantes coisas.
 “- Jurais ser fiel à liberdade e igualdade e jurais ódio contra o rei?
 “Diz ela: – eu jurarei de bom agrado as duas primeiras coisas: liberdade e igualdade. A última eu não posso jurar, pois que meu coração contradiz a semelhante juramento.
 “Um dos que estavam por detrás dela lhe sussurrou no ouvido: – entretanto, jurai, senão vós estais morta.
 “A Princesa não respondeu e deu um passo em direção à porta. O juiz exclamou: – levem essa senhora à Abadia. “Os carrascos que estavam lá acorreram e a porta abriu-se diante dela.
 Gritaram: – Viva a Nação! “Ela, ouvindo esses berros e ao mesmo tempo vendo os assassinos e os cadáveres, exclamou: – Meu Deus! Estou perdida!

“Neste instante recebeu uma ferida na cabeça que encheu o seu rosto de sangue. “Um dos homens que ali estavam a jogou no chão e os outros a traspassaram com lanças e espadas. Seu belo corpo foi imediatamente desnudado e mutilado do modo mais afrontoso. 

 “A cabeça, cuja face estava enobrecida pela morte, foi primeiro colocada como espetáculo da massa numa taverna e se brindou à morte dela.” 
“Logo foi colocada sobre uma lança que foi coberta por seus formosos cachos louros, e ela foi levada pelas ruas e pelas casas onde tinha vivido e tinha visitado a miúdo, como se a morta ainda pudesse ter um sentimento por isso.

 “Subitamente se disse entre a canalha, que se devia mostrar a cabeça aos prisioneiros do Templo, para que vissem de que modo se vinga o povo de seus inimigos”. Os prisioneiros do Templo eram o rei e a rainha, que estavam presos na torre do Templo.

 “O rei foi então convidado a mostrar-se ao público e então puseram diante dele a cabeça de Mme de Lamballe, que ele olhou com horror.

” Os senhores podem imaginar a cena naturalmente… “Também a rainha devia aparecer na janela, mas desmaiou. Quem fazia isso com quem era menos, o que não faria com quem era mais?… “Uma dama da rainha, à qual também se levou a cabeça para ver, caiu desmaiada à vista da cabeça e morreu poucos dias depois por efeito do terror.

 “Criados fiéis ao duque de Penthièvre, que era o sogro dela, que venerava sua nora por suas virtudes, perseguiam os assassinos com consideráveis somas de dinheiro no bolso e procuraram uma ocasião de comprar-lhes as caras relíquias. 

 Eles conseguiram comprar a cabeça, a qual foi trancada num cofre de chumbo e enterrada na sepultura da família, em Dreux.

 A notícia da horrenda morte de sua nora causou a morte do duque. 

 Grande Deus, exclamou, para que servem a juventude, a formosura e a graça, se nem sequer já encontram mais favor diante do povo? Durante anos eu vivi com ela e nunca encontrei em sua alma um pensamento que não fosse pela rainha, para mim e para os pobres. E a esse anjo, puderam fazê-lo em pedaços!” 

O duque de Penthièvre,( neto por via ilegitima do Rei Luis XIV)  que era o sogro dela, era um homem tão esmoler – ele era imensamente rico –, que durante a Revolução contra ele não ousaram fazer nada.
 E ele morreu tranquilamente na cama.
 Porque a popularidade dele era tal, que não houve meio de animar os assassinos a tocarem nele. Esta princesa era companheira dele nessas doações, porque ela era viúva, e vivia em casa do sogro e participava da ação caritativa do sogro.

 Os senhores veem, portanto, aqui, o espírito, a mentalidade da Revolução Francesa que é tal e qual da Revolução comunista na Rússia. E que fez exatamente com os descendentes do Tzar a mesmíssima coisa. E é a mentalidade do comunismo na América do Sul.

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