domingo, 8 de junho de 2025

Rei Luís XVI.




   
 
Luís XVI.
 
 
 
 Filho do Delfim Luís Fernando  da França,  e de  Maria  Josefa da Saxônia, ( filha do Duque da Saxónia e Rei da Polónia- sendo este reino um tipo de República desde 1573 decidido por eleições e com data para término -e a mãe desta  uma Arquiduquesa )  neto de Luís XV , nascido em 1754  o futuro Luis XVI , nascido Luís Augusto -Duque de Berry  nunca teve o amor  dos seus pais que estavam muito concentrados em seu irmão mais velho Luis, Duque da Borgonha que faleceu aos 9 anos, em 1761,  sendo este considerado inteligente, brilhante e gentil e com sua morte seu tímido  irmão Luís -Duque de Berry  se  viu na difícil posição de Herdeiro do pai aos 6 anos.
 
Mas nunca deixaram de estar atentos aos progressos dos filhos nos estudos e faziam questão de se ocuparem pessoalmente da educação dos filhos.
 
Seu pai, que nunca foi autorizado pelo pai dele á participar de um cargo no Concelho do Rei Luís XV, seu pai, não recebeu a educação necessária para um Herdeiro, assim como seu filho  Luís Augusto quando seu pai morre ( tendo morrido anteriormente seu irmão mais velho ) era culto mas também sem preparo para seu futuro Cargo.
 
Seu pai, o Delfim usa de severidade com o filho Luís Augusto, proibindo-o muitas vezes de caçar-seu passatempo favorito-para castiga-lo.
Ao passo que com seus irmãos mais novos era indulgente. 
 
 

Seus pais, preferiam nos seus corações aos seus irmãos Luís Estanislau Xavier-Conde de Provence e Carlos- Felipe Conde de Artois pelos seus temperamentos vivazes. 

 E talvez por serem mais parecidos com a Família Real francesa, ambos morenos que em contraste com o irmão  louro de olhos azuis.
 
Seu pai, não gostava do seu espírito de independencia e por manifestar ás vezes teimosia. 
Entretanto, seu pai como Delfim, mesmo sem acesso á política não deixou de mostrar grande solidariedade com o povo, além de ser reconhecido como um exemplo de retidão moral, ao contrário de seu pai Luís XV. 
 
Luís Augusto, Duque de Berry, tornou-se Delfim da França  aos 11 anos em 1765 quando seu pai morreu de tuberculose.
 
Sua mãe morreu pouco mais de um ano depois, tendo chegado a sugerir ao seu sogro Luís XV que gostaria que o Delfim se cassasse com a sobrinha dela. 

O Preceptor dele Duque  de La Vauguyon  e também já o era do seu falecido irmão , bem como dos dois irmãos mais novos não o soube preparar para sua futura função como Monarca.
Não o instruiu na vida militar.
E o avô não se importou, o Rei Luís XV o qual vivia focado em depravação, pouca atenção dando aos netos.

O futuro Luís XVI, era um homem culto e inteligente , virtuoso, muito piedoso e de bom coração, mas faltava-lhe firmeza e determinação para enfrentar o clero e a nobreza quando veio a governar.

Tudo  indica  que  sofria  de  uma  grande  carência  emocional,  pois  para  ele  o  mais  importante  era  ser  amado  pelo  povo.
Ninguém  confunda  Direito  Divino  dos  Reis (  uma  crença  de  Luís  XVI  e  outros  Monarcas )  com  absolutismo.

O único  Rei  na  França  que  foi  realmente  absolutista  foi  Luís XIV.
O  avô  de  Luís XVI, Rei Luís XV já  não  era  absolutista  e  menos  ainda  seu  neto.

Aos 16 anos, o tímido Delfim Luís Augusto, assim como a Arquiduquesa Maria Antônia foram usados por seu avô Luís XV e pela Imperatriz Maria Teresa da Áustria, sendo unidos em casamento em Maio de 1770.



O Delfim Luís  com Maria Antonieta na época do casamento.


Ele que sabia que seus pais eram anti-austríacos, assim como suas tias paternas, demorou meses para desenvolver amizade pela esposa e encarava a consumação do casamento como um Dever, mas tinha possivelmente um problema íntimo para conseguir, pois ainda que três anos depois declarasse que o casamento tinha sido consumado, quando só o foi de facto em 1777. 
Os  filhos  viriam  a  unir  o  casal,  a  ponto  de  terem  um  grande  sentimento  fraternal  um  pelo  outro,  sem  ser  um  amor  conjugal.

Durante  esses  sete  anos,  foi  uma  provação  para  o  casal (  devido  ao  Rei  sofrer  de  fimose )  qualquer  esposa  se  sentiria  inútil  no  papel  de  Delfina  e  nos  três  primeiros  anos  como  Rainha.
Ambos  não  tinham  culpa  mas  o  Delfim  teria  esse  problema  com  qualquer  outra  esposa, pois  estava nele  a  raiz  dessa situação.

Longe  de  pensar  em  uma  solução,  ele  já  como  Rei refugiava-se em seus passatempos como serralheria e deixou a esposa uma liberdade em excesso para ir á festas e mascaradas.

Só  em  1778  é  que  finalmente  a  Rainha  conseguiu  conceber  sua  primeira  filha  Maria Teresa.
Outros três nasceriam, Luís José  em  1781,(  morreu  aos  8  anos )  Luís  Carlos  em  1785 ( morreu  aos 10 anos vítima  da  Revolução ) e  Sofia  em  1786 falecida um ano depois.
 

 Nascimento do Primeiro filho homem de Luís XVI e Maria Antonieta, Delfim Luís José em 1781, cuja morte pouco antes da Revolução Francesa em 1789, deixou os Reis devastados.


Nesse tempo  decorria  a  Guerra  de  Independência  da  América,  uma  guerra  que  o  Rei  nunca  deveria  ter  aderido,  independente  de  ser  inimigo  da  Inglaterra  por  causa  da  Guerra  dos  Sete  Anos.

Essa  guerra  consumiu  muito  do  tesouro  francês.

As  reformas  que  levou  adiante  foi  assegurar  os  direitos  dos  cristãos  huguenotes, cortou  os  gastos  no  Palácio.

Mas  não  se  impôs  com  a  nobreza e o clero  na  Assembleia  dos  Notáveis em 1787 e  isso culminou  em  aceitar  convocar  os  Estados  Gerais  , uma decisão  funesta  para  Si  e  sua  família.

Era necessário que a nobreza e o clero pagassem impostos e que os camponeses pagassem terem uma tributação mais reduzida para ser remediada a crise do pão, pela colheita perdida de 1788.

O Duque de Orleans primo do Rei nunca tendo sido amigo do primo, planejava tomar o Trono do mesmo e há muitos anos que era o principal agente por trás dos panfletos difamatórios contra a Rainha.
Foi o principal instigador da Revolução Francesa.


Dia 5 de Maio de 1789 , reuniram-se os Estados Gerais que foi o começo do fim, porque o Terceiro Estado era composto pela Burguesia que era em número muito superior ao Primeiro e Segundo Estado e nas primeiras divergências, ambicionaram o Poder se declarando « Assembleia Constituinte» dia 17 de 
Junho.
 
 



 

O Rei que nunca deveria ter autorizado a liberdade de imprensa, algo que piorou a Imagem de sua família já sendo há anos a Rainha difamada por panfletos anónimos, patrocinados secretamente pelo Duque de Orleans.


Após ser pressionado pela «Assembleia Constituinte» para dar uma Constituição á França, o Rei fechou a sala de reuniões no dia 20 de Junho.
Mas não deveria ter demitido Necker, devido a sua popularidade mas apenas vigia-lo.

Dia 14 de Julho, a Assembleia Constituinte torna-se governo com a tomada da Bastilha.

Nesse momento é incompreensível a atitude do Rei que não quer resistir á Revolução com os Regimentos que lhe são leais.

Ele  deveria  ter  se  reunido  em  uma  fortaleza  com  a  família  para  resistir, ao invés de ficar impassível no Palácio.

Mesmo quando soube que uma multidão  vinha a caminho em 5 de Outubro para Versalhes não deu ordem de dispararem  contra a multidão, até que ficou refém da Assembleia Nacional junto com a família, sendo levados em triunfo pela ralé  assassina.

Houve mais tarde um homem que denunciou á Assembleia constituinte que o objetivo dessa Marcha era uma conspiração do Duque de Orleans para tomar o Trono.
Os homens dele sem dúvida eram os agitadores políticos.

A partir de então, o Rei ficou sendo uma marionete nas mãos da Assembleia, não exercendo sequer o direito de veto e sendo constantemente insultados  e ameaçados pela populaça que se aproximava dos jardins.
Ele não permitia que ninguém sacasse da espada em sua defesa e essa foi a pior decisão que tomou em sua vida, assim como aceitar aprovar a Constituição Civil do clero em 1790, ainda que contrariado.

Não queria derramar o sangue de um único francês, mesmo sua vida estando em perigo assim como a da Rainha.
O Rei demonstrava estar fora da realidade, como esperando um milagre.

Tarde demais, ele percebeu que não adiantava tentar confraternizar com uma revolução de  assassinos.

A fuga que tinha em vista alcançar Montmédy, foi mal planejada e tardia em 20 de Junho de 1791.

O Duque de Choiseul  seu aliado na fuga também fracassou.

Por causa do atraso da Família Real, ditou que a fuga tinha sido cancelada .

Ele  não esperou pela chegada do Rei, nem sequer tinha mensageiros com ele para enviar a outros destacamentos que iriam guardar a Familia Real, nem tampouco tinha mensageiros para vigiar a estrada de Paris, no caso de uma perseguição.
Ainda por cima, avisa as tropas que os esperavam, que estavam dispensados.

O primeiro a ser avisado foi o senhor de Goguelat em Pont-de Sommevel com um destacamento e este não enviou mensageiros ao Rei para confirmar, porém quem não tem perdão é o Duque de Choiseul de enviar mensageiros sem ter certeza do que se passara.

A seguir, o mesmo mensageiro avisou o Marques de Bouillé e o senhor de Raigecourt que o Rei não passaria por Varennes, e os mesmos partem sem terem a certeza.


Em Clermont, o Conde de Damas ficou no seu posto, ( mesmo com a informação insensata do mensageiro da desistencia da fuga ) e enviou um oficial para dar a notícia da chegada do Rei á Varennes
ao senhor de Bouille e de Raigecourt mas o infeliz errou a estrada e quando a Família real chegou á Varennes foi interceptada por uma denuncia de um jacobino, Drouet.

O Rei ainda tinha soldados com ele quando chegaram a Varennes, que poderiam ter aberto caminho á força, mas uma vez mais voltou a recusar confronto, desgraçadamente, passando a noite com a familia em Varenes.

Luís disse que “tinha deixado Paris porque as vidas dos membros de sua família estavam sendo ameaçadas todos os dias e ele já não suportava mais viver em meio a espadas e baionetas e viera procurar asilo ente seus leais súditos”.


 Intercepção em Varennes, e não fuga para Varennes, já que a Família Real queria chegar á Montemédy para ficar a salvo da Assembleia Constituinte.

 


Não se sabe como a notícia da Família Real presa em Varennes, chegou a Bouillé.
 Goguelat deveria ter enviado um mensageiro imediatamente á ele, mas não o fez.
 De forma que a Família Real, passou cerca de 8 horas em Varennes entre as 23 horas e ás 07:00 horas da manhã, quando foram reconduzidos á Paris, chegando só uma hora e meia depois Bouillé, que havia ficado encarregado de escoltar á Família Real até Montmédy, onde haveria Regimentos e uma fortaleza para a Família Real.


Uma vez de volta ás Tulherias, tornaram-se mesmo prisioneiros.


Em 1791, Lafayette apresentou ao Rei a proposta de se separar da Rainha e fecha-la em um convento para o apoiar.
O Rei que era um homem Digno recusou semelhante proposta, enquanto a Rainha estava disposta a sofrer essa humilhação se isso salvasse a vida do Rei, conforme confidenciou a Madame de Tourzel.

Vê-se que lealdade do casal um ao outro era profunda e tocante.

Em 1792, as Tulherias sofrem duas invasões em 20 de Junho e 10 de Agosto e então a Família Real é aprisionada na Torre do Templo, sendo primeiramente o Rei enviado como prisioneiro em 26 de Setembro de 1792.

No mesmo mês, a Convenção Nacional ( Órgão que assumiu o Poder no lugar da Assembleia Constituinte ) extinguiu a monarquia.

Foi tratado simplesmente pelo nome de « cidadão Luís Capeto».

Luís e sua família tentavam viver da maneira mais normal que podiam. Faziam suas refeições juntos, e embora fossem obrigados a conversar de forma alta e clara em francês, Luís foi autorizado a ensinar geografia ao seu filho, Luís Carlos, e os dois eram frequentemente vistos juntos colorindo mapas. Por volta de meio-dia, a família podia acessar os jardins, onde eles iriam arremessar bolas ou jogar peteca, e à tarde, Luís lia histórias Romanas para seus filhos.



Luís XVI foi separado da Família dia 11 de Dezembro, para comparecer a Convenção.

O Rei apelou para a Constituição de 1791, que declarava sua pessoa inviolável.
Mas os revolucionários eram torpes e nada respeitavam.

O Natal de 1792  que foi o último de sua vida foi passado a escrever seu Testamento que demonstram o seu carácter bondoso.
Recusou a convivência com o filho, porque foi transmitido que o mesmo não veria a mãe durante esse tempo.

Em Paris é que as pessoas estavam loucas e animalescas exigindo a morte do Rei.
O julgamento do Rei perturbou muitos no Exército, bem como grande parte do interior do País.

Dia 16 de Janeiro de 1793, infelizmente a pena de morte foi decidida.

Após 40 dias sem contato com a família, permitiram ao Rei se despedir da Família em 20 de Janeiro de 1793 ( algo que não foi concedido mais tarde á Rainha).

O criado real, Cléry, descreveu uma cena comovente em que os filhos de Luís se agarraram às suas pernas aos prantos, e o antigo rei choramingou ao segurá-los. Na hora de sua saída, Maria Antonieta o pediu chorando para que passasse lá novamente pela manhã. Luís concordou, mas não cumpriu á concelho de seu Confessor.

Dia 21 de Janeiro, o Rei sobe para a carruagem acompanhado pelo seu confessor.

Mostrou sempre compostura, só se revoltando quando lhe amararam as mãos.

Suas últimas palavras no cadafalso:

Morro inocente de todos os crimes dos quais fui acusado. Eu perdoo aqueles que me levaram à morte, e rezo para que o sangue que vocês estão prestes a derramar nunca seja demandado da França…”

TESTAMENTO DE LUÍS XVI:

Em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo, hoje no vigésimo dia de Dezembro de 1792, eu, de nome Luís XVI, Rei da França, estando com a minha família encerrado há mais de quatro meses na Torre do Templo de Paris, por aqueles que me estiveram sujeitos, e privado de toda a comunicação com outros, mesmo depois do 11 do decorrente com a minha família, e ademais implicado num processo cujo desenlace é impossível prever devido às paixões dos homens, e para o qual não se encontra pretexto e causa algumas segundo a lei existente, e não tendo mais testemunha dos meus pensamentos a Deus e a quem possa dirigir-me, declaro aqui em Sua presença as minhas últimas vontades e meus sentimentos.


Eu deixo a minha alma a Deus, meu criador; eu rogo-Lhe que a receba em Sua misericórdia, não julgá-la por méritos meus, mas sim pelos de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual, por nós homens, ofereceu-Se em sacrifício a Deus Seu Pai, por mais indignos que fossemos, a começar por mim.


Eu morro em união com a nossa Santa Madre Igreja Católica, Apostólica e Romana, detentora dos seus poderes provenientes de uma sucessão ininterrupta de S. Pedro, a quem Jesus os tinha confiado; firmemente eu creio e confesso tudo o que está contido no Símbolo dos Apóstolos e mandamentos de Deus e da Igreja, Os Sacramentos e os Mistérios tal como a Igreja Católica ensina e ensinou sempre. Não pretendi jamais fazer-me juiz nas diferentes maneiras de explicar os dogmas que desgarram à Igreja de Jesus Cristo; mas confiei e sempre confiarei, se Deus me prestar vida, nas decisões que os superiores Eclesiásticos unidos à Santa Igreja Católica, dão e deram conforme a disciplina da Igreja, seguida desde Jesus Cristo. Compadeço-me de todo o coração dos nossos irmãos que podem estar no erro, mas não pretendo julgá-los, e a todos eles em Jesus Cristo não amo menos, tal como a caridade cristã ensina. Rogo a Deus que me perdoe de todos os meus pecados; eu tentei conhecê-los escrupulosamente, detestá-los, humilhar-me na sua presença, e ao não poder servir-me do Ministério de um Sacerdote católico rogo a Deus receber a confissão que Lhe fiz e sobretudo o arrependimento profundo que tenho de ter colocado o meu nome (ainda que tivesse sido contra a minha vontade) em actos que podem ser contrários à disciplina e à crença da Igreja Católica à qual sempre permaneci sinceramente unido de coração, rogo a Deus receber a resolução firme na que me encontro se me outorga vida, servir-me prontamente como me seja possível do Ministério de um Sacerdote Católico para acusar-me de todos os meus pecados, e receber o sacramento da Penitência.


Eu rogo a todos aqueles a que possa ter ofendido por inadvertência (porque não recordo ter ofendido ninguém deliberadamente) ou àqueles a quem possa ter dado mau exemplo ou escândalo, que me perdoem o mal que creiam poder ter-lhes feito.


Eu peço a todos aqueles que têm Caridade unirem as suas às minhas orações, para obter de Deus o perdão dos meus pecados.


Eu, de todo o coração, perdoo àqueles que se fizeram meus inimigos, sem que eu lhe tenha dado razão alguma; e rogo a Deus que os perdoe, igualmente àqueles que por um falso zelo, ou por zelo mal entendido, muito mal me fizeram.

 Eu encomendo a Deus minha mulher, meus filhos, minha irmã, minhas tias, ao meus irmãos, e a todos aqueles cujos laços de sangue me unem, e de qualquer outra maneira que seja; eu rogo a Deus que, em particular, olhe com olhos de misericórdia minha mulher, os meus filhos e minha irmã, os quais sofrem comigo já há bastante tempo, que com a Sua graça os sustenha se chegarem a perder-me, e enquanto sigam neste mundo transitório.


Eu encomendo os meus filhos à minha mulher; jamais duvidei da sua ternura maternal para com eles, encomendo-lhe principalmente tudo o que deles faça bons Cristãos e homens honestos, que os faça ver as grandezas deste mundo terreno (caso os condenem a vivê-las) apenas como bens perigosos e passageiros e que voltem o seu olhar para a glória da Eternidade, a única solida e perdurável,à minha irmã rogo que continue terna para com os meus filhos, e que lhes faça as vezes de mãe caso tivessem a desgraça de perdê-la.
Eu rogo à minha mulher que me perdoe todos os males que por mim sofre, e as penas que pude ter-lhe causado no percurso da nossa união, pode também estar segura de que nada guardo em contrário, caso pensasse que eu tenha algo de que queixar-me.

Eu recomendo muito encarecidamente aos meus filhos, depois do que lhes é devido a Deus, o qual hão-de transmitir a todos, que permaneçam unidos entre si, submissos e obedientes para com a sua mãe, e agraciados por todos os cuidados e trabalhos que ela tem para com eles, e em minha memória rogo-lhes que olhe para a minha irmã como uma segunda mãe.


Eu recomendo ao meu filho, caso tenha a desdita de tornar-se Rei, que pense que deve dar-se por inteiro à felicidade dos seus concidadãos, que deve esquecer todo o ódio e todo o ressentimento e especialmente todo o que tem relação com as desditas e sofrimentos pelos quais agora passo, que não pode fazer a felicidade dos povos mais que reinando pelas Leis, mas ao mesmo tempo que um Rei não pode fazer respeitar, e fazer o bem que há no seu coração, mais que na medida que tem a autoridade necessária, e que de outra maneira ao estar ligado nas suas operações e ao não inspirar respeito, acaba por ser prejudicial que útil.


Eu recomendo ao meu filho cuidar de todos aqueles que me estimaram, tanto quanto as circunstâncias nas que se encontre o facultem para tal, pense que é uma dádiva sagrada que deve aos filhos e familiares daqueles que morreram para mim, e, em seguida, àqueles que estão descontentes comigo. Eu sei que há várias pessoas entre as que me tinham apreço, que não se comportaram comigo como deveriam, e que até mesmo mostram ingratidão, mas eu perdoo-os (muitas vezes nos momentos de turbulência e efervescência, não há controlo de si mesmo), e peço ao meu filho, se se der ocasião, deles não tenha em mente mais que o seu infortúnio.



Eu quisera poder dar aqui o testemunho do meu reconhecimento aos que me mostraram um verdadeiro e desinteressado apreço, ainda que por um lado só me tivesse afectado a ingratidão e deslealdade da gente à qual nunca manifestei mais que bondades, a eles, a seus pais e amigos; por outro lado tive o consolo de ver o apareço e interesse gratuito que muitas pessoas me mostraram; eu rogo-lhes que por isso recebam todo o meu agradecimento, na situação em que vemos que as coisas estão, dar-me-ia temor comprometê-los sem se falar mais explicitamente; mas a meu filho recomendo-lhe especialmente que procure as ocasiões de lhes dar reconhecimento.


Eu acreditaria estar a caluniar os sentimento da nação, se ao meu filho não recomendasse abertamente, os Senhores De Chamilly y Hue, cujo verdadeiro apreço por mim os levou a encerrarem-se comigo nesta triste morada, os quais pensaram em ser seus infelizes vitimas; também lhe recomendo a Clery, de cujos cuidados tantas vezes pude mostrar-me satisfeito desde que está comigo; e como é ele quem permaneceu comigo até ao fim rogo aos Senhores da Comuna que lhe entreguem a minha roupa, os meus livros, o meu relógio, o meu porta-moedas e os restantes pequenos efeitos que ficaram depositados no Conselho da Comuna.

Eu perdoo àqueles que me guardaram, também eles de muito boa disposição, dos maus tratos e os tormentos que cogitaram usar comigo; encontrei algumas almas sensíveis e compassivas, que seja elas as que gozem no seu coração a tranquilidade que deve dar-lhe o seu modo de pensar.


Eu rogo aos Senhores de Malesherbes, Tronchet e Deseze que recebam aqui todo o meu agradecimento e expressão da minha sensibilidade, por todos os cuidados e enfado que tiveram a meu respeito.


Eu termino declarando perante Deus, e disposto a comparecer diante d'Ele, que não assumo qualquer um dos crimes dos quais me apontam. Feito em dois exemplares, na torre do templo, no dia 25 de Dezembro de 1792."

(assinado: LOUIS; e escrito por Baudrais, funcionário Municipal)

Abaixo, um vídeo esclarecedor sobre a Revolução Francesa.





sexta-feira, 31 de maio de 2024

O Usurpador Luis Felipe.

Luís Felipe, descendia do Rei Luís XIII.

 Nascido no dia 6 de outubro de 1773 em Paris, Luís Filipe era o filho primogénito do REGICIDA Luís Filipe II, Duque de Orleães, apelidado de "Filipe Igualdade" (Philippe Égalité), e guilhotinado durante o Período do Terror na Revolução Francesa. Pertencia à Casa de Orleães, do ramo cadete da Casa de Bourbon, francesa. Sua mãe, Luísa Maria Adelaide de Bourbon, era uma herdeira extremamente rica que descendia do rei Luís XIV de França através de uma linhagem ILEGITIMA, embora o Rei Luís XIV tenha reconhecido o filho Luís Alexandre de Bourbon, Conde de Toulouse fruto de concubinato do Rei Luís XIV com Madame de Montespan , bisavô de Luis Felipe nunca sua descendência teria direito ao Trono da França. 

 

O REGICIDA FELIPE DE ORLEANS. NUNCA OS DESCENDENTES DE UM REGICIDA TERÃO DIREITO AO TRONO FRANCÊS. 


Luís Felipe, era o filho do Regida e portanto sem direito ao Trono.
 
Era primo afastado do Rei Luís XVI e de seus irmãos que vieram a sucede-lo Luís XVIII E Carlos X.

Quando Carlos X abdicou e também o seu filho Duque de Angoulême, no Conde de Chambord seu neto, o Rei escreveu para Luís-Felipe ( o Rei havia lhe devolvido o título, algo que Luís XVIII recusou por causa da alta traição do pai dele, o REGICIDA Felipe Igualdade) que era Tenente General do Exército:

“Rambouillet, este2 de agosto de 1830.
Meu primo, estou profundamente entristecido pelos males que afligem ou podem ameaçar o meu povo para não ter procurado um meio de os prevenir. Resolvi, portanto, abdicar da coroa em favor do meu neto, o duque de Bordéus. O Delfim, que partilha dos meus sentimentos, também renuncia aos seus direitos em favor do sobrinho.
Terá, portanto, na qualidade de tenente-general do Reino, que seja proclamada a adesão de Henrique V à coroa. Você também tomará todas as medidas que lhe dizem respeito para regular as formas de governo durante a minoria do novo Rei. Limito-me aqui a dar a conhecer estas disposições; é uma forma de evitar muitos mais males.
Você comunicará minhas intenções ao corpo diplomático e me informará o mais rápido possível sobre a proclamação pela qual meu neto será reconhecido como rei sob o nome de Henrique V.
Instruo o Tenente General Visconde de Foissac-Latour a lhe entregar esta carta. Ele tem ordens para concordar com você sobre as providências a serem tomadas em favor das pessoas que me acompanharam, bem como sobre as providências adequadas para o que diz respeito a mim e ao resto da minha família.
Acertaremos então as demais medidas que serão consequência da mudança de reinado.
Renovo a você, meu primo, a certeza dos sentimentos com que sou seu afetuoso primo,
Carlos
Luís Antônio »
Abaixo, Carlos X.



Carlos X, o último rei Legitimo da França, acima.

Luís Filipe ignorou o documento e, em 9 de agosto, proclamou-se rei dos franceses .
Além de não ter direito ao trono, esqueceu a mercê do Rei Carlos X com sua família, em lhe restituir os títulos e propriedades, pese a alta traição do pai dele.

 Estando o Herdeiro de Carlos X vivo, o Conde de Chambord, Henrique nunca Luis Felipe poderia ter aceitado ser aclamado como Rei,  ele era parente da Família Real, mas não fazia parte da Familia Real.

 Da parte do pai, descendia de Luís XIII,  os Bourbon descendiam de Luís XIV, SENDO SEUS DESCENDENTES LEGÍTIMOS, enquanto Luís Felipe era descendente por via ilegítima de Luís XIV por parte da mãe, filha do Duque de Pentievre, neto por via ilegítima de Luis XIV. 

Em 1830, Luis Felipe, um Orleães estava entre os lideres da Revolução de Julho uma revolta que derrubou o Rei LEGÍTIMO Carlos X, UM BOURBON LEGÍTIMO.

 Bastaria o fato de ser filho do Regicida Felipe Igualdade para nunca reivindicar o direito ao Trono francês.

 Mesmo assim, ainda poderia ter sido regente do neto de Carlos X, DO CONDE DE CHAMBORD, até a maioridade deste, mas assumiu um trono ao qual não tinha direito.

 Quem ofereceu a Coroa á ele foi a burguesia para obter vantagens, não tendo obviamente legitimidade para passar por cima dos direitos dos Bourbons. 

  "De agora em diante, os banqueiros reinarão na França", como afirmou Jacques Lafitte, banqueiro e político que participou das manobras para colocar Luís Filipe no trono. Ele tinha razão. Todas as facções da burguesia, como industriais e comerciantes, quem assumiu o poder na Monarquia de Julho foi apenas uma parcela da burguesia — a do capital financeiro, representada por banqueiros como Casimire Pérere —, contando com o apoio de ministros como Thiers e Guizot.

A mesma burguesia que sequiosa de poder no tempo de Luis XVI apoiou a Revolução Francesa.

Por 18 anos ele reinou, até que finalmente foi obrigado a abdicar em 1848, vindo a falecer dois anos depois, em 1850. Infelizmente o Conde de Chanbord, não conseguiu o apoio suficiente para ser coroado após esta abdicação e depois outro usurpador que nem sequer tinha nenhum parentesco com os Bourbon assumiu como Napoleão III.

 O Conde de Chambord, veio a falecer em 1883,infelizmente sem filhos.


Henrique, Conde de Chambord.



 Nesse caso, o único Pretendente que poderia reinvindicar o Trono francês  após a sua morte, seria o Ramo Bourbon da Casa real espanhola, por serem descendentes legítimos do Rei Luis XIV, por parte do neto dele Felipe V. 
Nunca um Orleães terá direito ao Trono da França, enquanto houver um Bourbon legitimo. Atualmente o Direito ao Trono Frances, pertence á Luís Afonso, Duque de Anjou. É BISNETO do rei Afonso XIII da Espanha.

 

Princesa Maria Teresa de Lamballe, a amiga famosa da Rainha e que foi também uma mártir.

Princesa de Lamballe, a melhor amiga de Maria Antonieta, rainha da França .

Princesa Maria Luísa Teresa de Saboia ,nascida como uma princesa italiana da Casa de Saboia, filha Luís Vítor, Príncipe de Carignano ( o bisneto dele, sobrinho-neto da Princesa de Lamballe, sucedeu ao trono real como o rei Carlos Alberto da Sardenha, enquanto seu trineto, Vítor Emanuel II, tornou-se o primeiro rei da Itália unificada.
Sua mãe Cristina Henriqueta de Hesse-Rheinfels-Rotemburgo (21 de novembro de 17171 de setembro de 1778) foi uma princesa da Casa de Hesse por nascimento.
Ambos os seus pais morreram em 1778, antes de sua trágica morte.

A Princesa casou-se em 1767 com o príncipe francês Luís Alexandre de Bourbon, Príncipe de Lamballe.


Tornou-se assim membro de um ramo ilegítimo da família real Francesa por seu casamento, em 1767, com o filho do Duque de Penthièvre, que, por sua vez, era filho do Conde de Toulouse, sendo o conde filho legitimado do rei Luís XIV de França e de Francisca Atenas, Madame de Montespan.


Seu marido era um amoral, vindo a falecer jovem deixando a esposa viúva com 19 anos.

Mesmo sofrendo com suas infidelidades, ela tomou conta do marido em seus últimos dias com a cunhada.

Ela pensou em ser freira, mas seu sogro a persuadiu a viver com ele como sua filha.
Seu sogro guarda-a perto dele e, juntos, tornam-se muito ativos em diversas obras piedosas e caridosas. 

Ela era como uma filha para seu sogro.

Duque de Penthiévre, sogro e segundo pai da Princesa de Lamballe.




Ela conhece então Maria Antonieta em 1770 tendo sido sua companhia favorita até 1776, quando infelizmente a Rainha se ligou a Yolanda de Polignac.

Embora o cargo de Superintendente da Casa real da Rainha, não devesse ter sido restaurado pela Rainha

 ( tinha sido sensatamente abolido pela esposa de Luís XV, Rainha Maria Leksenska por causa do alto salário e prerrogativas ) á favor da Princesa de Lamballe, contudo a amizade da Princesa pela Rainha mostrou se comovente e forte, mesmo quando a Rainha -ainda que sem abolir o Cargo-preferiu a Condessa de Polignac á ela como companhia.

Quando Maria Antonieta se tornou Rainha, a Princesa ainda era sua companhia favorita.

Depois que Maria Antonieta se tornou rainha, sua amizade íntima com Maria Teresa recebeu maior atenção, e o Embaixador Mercy relatou:

Sua Majestade vê continuamente a Princesa de Lamballe em seus quartos [...] Esta senhora junta-se a muita doçura um caráter muito sincero, longe de intriga e todas essas preocupações. A rainha concebeu há algum tempo uma verdadeira amizade para esta jovem princesa, e a escolha é excelente, pois embora um piemontês, Madame de Lamballe não é de todo identificado com os interesses de Mesdames de Provence e d'Artois. Mesmo assim, tomei a precaução para indicar à Rainha que seu favor e bondade para a Princesa de Lamballe são um pouco excessivos, a fim de evitar o abuso deles.

 

O fato é que Madame de Polignac convenceu a Rainha a não convidar a Princesa para o teatro no Trianon e apesar de continuar no seu Cargo, a Princesa poucas vezes ia na Corte após Madame de Polignac se tornar a amiga favorita da Rainha.

 Maria Antonieta afastou-se da Princesa de Lamballe porque a Princesa não era dada á divertimentos como a Condessa de Polignac.

A Princesa não gostava da Alta Sociedade, nem era divertida ou espirituosa, sendo suas qualidades mais notáveis a bondade, meiguice , amabilidade, reservada e puritana.

Mas a Rainha nunca deixou de a visitar .

A Princesa durante a década de 1780, teve que interromper suas funções várias vezes em consequencia de sua precária saúde para se tratar muitas vezes na Inglaterra. 

A Rainha se reaproximará dela novamente no tempo da Revolução, retornando em peso a amizade próxima que mantiveram nos primeiros anos.

Maria Antonieta sabia que a Princesa de Lamballe era grã-mestre da maçonaria, e aprovava esse fato, porque apesar de ambas terem bom coração não tinham contudo inteligência suficiente para verem o perigo da maçonaria para o cristianismo.


Farei uma exposição mais ampla dessa Princesa que bem o merece por seu carácter bondoso e puritano e por sua dedicação á Rainha.

Ela foi uma das vítimas mais célebres da Revolução Francesa.

 Pessoa de muito destaque na Corte da França, era aparentada com a Casa Real e era conhecida pela sua boa conduta moral, pela virtude de que tinha dado mostras, suas grandes obras de caridade e pela predileção especial também de que ela gozou, durante algum tempo, da parte da rainha Maria Antonieta.
 
 Acontece que, em determinado momento, Maria Antonieta separou-se da Princesa de Lamballe porque a Princesa não era dada á divertimentos como a Condessa de Polignac e esta foi viajar e passou uma temporada grande em Londres. 

 Nunca guardou ressentimentos por ter sido rejeitada. 

Arrebentou a Revolução Francesa, e ela sentindo que a rainha começava a entrar num ciclo de desgraças, julgou sua obrigação sair de Londres onde estava, para associar-se ao destino da Rainha e escreveu seu testamento.
Seus pais já haviam morrido, mas tinha no sogro um segundo pai. 
 
Ocupando primeiramente aposentos nos Palácio das Tulherias, quando este Palácio foi invadido em Agosto, a Princesa teve um colapso de menores proporções que o habitual, e a Rainha insistiu com ela para que não os acompanha-se á Torre do Templo -tinha pressentimentos sobre a Princesa-mas infelizmente a Princesa recuperou-se e confidenciou a Madame Tourzel que se o ataque tivesse tido as consequencias habituais, ela teria sido incapaz de continuar ali e teria pedido para a levarem para casa do seu sogro e teria voltado para a Inglaterra para tratar da saúde.
 
Estranha ironia do Destino que não causou os danos habituais na sua saúde, levando a mesma a pedir á Rainha que a deixasse acompanha-los á Torre do Templo, pois isso selou seu destino.
 
Foi assim com a Família Real para a Torre do Templo e enquanto a Convenção a deixou permanecer deu sempre provas de grande dedicação á Família Real.

 E morreu vítima da dedicação que tinha  à Rainha. 

A Princesa de Lamballe, como muitos nobres daquele tempo, provavelmente ignorando o que havia de ruim na maçonaria, aceitou ser grã-mestre da maçonaria francesa; enquanto o cunhado dela, o duque de Orléans, era o grão-mestre da maçonaria francesa.
Infelizmente era ingênua e infantil.
Tinha uma saúde muito frágil, sujeita á colapsos nervosos de acordo com as Memórias de Madame Tourzel. 
Ela sofria do que foi descrito como "nervosismo, convulsões, desmaios" e, segundo relatos, podia desmaiar e permanecer inconsciente por horas mas nesse tempo como por milagre, tinha recuperado sua saúde.

 

 Dia 18 de Agosto á noite, ano de 1792 vieram buscar a Princesa de Lamballe, juntamente com Madame Tourzel e a filha desta Pauline,( também grandes amigas da Familia Real ) um guarda municipal que disse que só seriam interrogadas e logo voltariam. 
 
A Rainha inclusive sabendo da fragilidade da Princesa e que iriam ficar na prisão no mínimo por alguns dias pediu á Madame Tourzel que cuidasse da Princesa de Lamballe:
 
Se não tivermos a sorte de voltar-mos a nos ver , peço-vos que cuideis da Senhora de Lamballe, tomai vós a palavra em todos os momentos essenciais, e sempre que possível evitai que tenha que responder á perguntas capciosas e embaraçantes. 
 
Então as três foram conduzidas a interrogatório.
Na ocasião a Princesa de Lamballe não era a mais visada, mas sim Madame de Tourzel, por ser ama do Delfim e ter acompanhado os Reis na fuga.
 
As respostas satisfizeram e estiveram prestes a deixa-las voltar para junto dos soberanos, mas por causa do protesto de um eminente jacobino, foram mandadas as três para a prisão de La Force. 
 
Quando a Princesa de Lamballe tomou conhecimento que iam para a prisão de La Force,e não para junto dos Soberanos, apertou a mão da Senhora de Tourzel e disse-lhe: 
 
Espero que ao menos não nos separem. 
 
Na primeira noite separaram as três, mas na segunda noite um carcereiro se comoveu e juntou a Senhora de Tourzel e a filha, juntamente com a Princesa de Lamballe que tinha uma cela melhor graças ás grandes somas que seu sogro enviava para a Comuna de Paris.
E tiveram autorização para mandar pedir as poucas coisas que tinham na Torre do Templo ( porque haviam perdido quase tudo na invasão do Palácio das Tulherias), tendo a Rainha pessoalmente se encarregado de tudo, inclusive mandado alguns pertences seus.
 
Nas suas Memórias, Madame de Torzel descreve que ela, a sua  filha e a Princesa de Lamballe ocuparam o tempo com a limpeza do quarto, costura e leitura, sem nunca deixarem de pensar na Família Real.
E com esperanças que as Potências estrangeiras interviessem e salvassem a Família Real e pudessem voltar sãos e salvos para junto dos Soberanos.
 
A Princesa é descrita nas Memórias de Madame Tourzel como meiga, boa e amável.
 
A princesa pedia ás duas que lhe falassem com franqueza e Madame de Tourzel disse-lhe que uma mulher honrada como ela deveria deixar pequenas infantilidades que a prejudicavam,e a Princesa respondeu que voltaria a praticar os principios religiosos dos quais havia se afastado.
 
A Princesa tinha grande amizade pela Senhora de Tourzel e a filha e elas retribuíam seu afeto.
Naqueles 15 dias que viveram na mesma cela, as três tornaram-se um só coração e uma só alma.
 
Foi-lhes autorizado escreverem e receberem cartas, tendo a Princesa recebido uma carta de seu amado sogro.
Inclusive tiveram autorização para passear á tarde.
 
Madame de Tourzel deixou escrito que durante a permanência da Princesa na Torre do Templo e de pois em La Force, a Princesa mostrou grande coragem e sua saúde melhorou, oque é incrivel realmente . 
 
 
Este inclusive ofereceu metade da sua fortuna á Convenção para a libertarem, mas foi recusado. 

 Dia 2 de Setembro, o carcereiro que era amigo delas entrou na cela apavorado e disse: Não deveis sair hoje do vosso quarto, os estrangeiros estão a avançar e há grande inquietação em Paris.
 
As três se encomendaram á deus e depois das orações da noite se deitaram.
 
 Mal tinham começado a dormir quando um homem bem posto e agradavel,  vieo buscar Pauline  ( para salva-la mas sem o mencionarem ) e a sua mãe  Senhora de Tourzel ficou muito abalada tendo sido a Princesa de Lamballe que a ajudou a vestir-se.
 
Madame de Tourzel manteve-se em estado de choque algum tempo, tendo sido a Princesa que a encorajou e acalmou.
 
No dia 3 de Sembro ás 06:00 da manhã, entraram homens armados e perguntaram os nomes delas e saíram.
 
Palavras da senhora de Tourzel:
 
Querida Princesa, este nosso dia anuncia-se muito sombrio, não sabemos aquilo a que os ceús nos destinam, temos de nos reconciliar com Deus e pedir-lhe  perdão pelos nossos erros, assim rezemos o Miserere, o Confiteor e o Ato de Contrição.
Fizemos em conjunto essas orações , ás quais acrescentamos a oração habitual de todas as manhãs, enquanto nos encorajávamos mutuamente.
 
E espreitando pela janela viram um ajuntamento grande de pessoas á entrada da prisão, oque não era bom sinal. 
De comum acordo, a Princesa e a Senhora de Tourzel puseram-se a costurar para aliviarem seus pensamentos.
 
Infelizmente, ás 11 da manhã vieram buscar a Princesa de Lamballe, homens armados e 
um dos assassinos que devia levá-la, inclinou-se sobre ela e lhe sussurrou no ouvido que obedecesse.

 A sua salvação dependia disso. Então, ela pediu àqueles homens que a deixassem só um instante para que ela pudesse se vestir. 
Logo depois, ela aceitou o braço de um soldado, porque ela não podia se sustentar
Apesar de não terem chamado a Senhora de Tourzel, esta não a abandonou e acompanhou a Princesa.
 
Esta estava fraca e pediu pão e vinho e ambas comeram, mal sabendo a Princesa que era sua última refeição.
 
Estavam as duas sentadas no pátio, quando vieram buscar a Princesa para a levarem á esse pavoroso tribunal popular ( sem nenhum apoio na Lei ) e as duas apertaram as mãos pela última vez.
 
 “Quando viu as espadas desnudas e os assassinos todos manchados de sangue, e ouviu também o clamor das vítimas, ela caiu desmaiada.

 Sua camareira, Mme. de Navarre – sua dama de companhia aliás – fê-la voltar a si com dificuldade. Logo começou o julgamento.

  “Quem sois? Perguntaram. “- Maria Luiza, Princesa de Sabóia”. Ela era nascida italiana – Princesa de Sabóia, casada com um Príncipe francês.
 “- Qual é seu emprego? “Diz ela: – dama de honra da rainha.
 “- Tivestes conhecimento da conspiração da Corte no dia 10 de Agosto?
 “Resposta dela: – eu não sei de que em 10 de Agosto tenha havido qualquer conspiração. Mas eu sei dizer que eu nunca ouvi falar de semelhantes coisas.
 “- Jurais ser fiel à liberdade e igualdade e jurais ódio contra o rei?
 “Diz ela: – eu jurarei de bom agrado as duas primeiras coisas: liberdade e igualdade. A última eu não posso jurar, pois que meu coração contradiz a semelhante juramento.
 “Um dos que estavam por detrás dela lhe sussurrou no ouvido: – entretanto, jurai, senão vós estais morta.
 “A Princesa não respondeu e deu um passo em direção à porta. O juiz exclamou: – levem essa senhora à Abadia. “Os carrascos que estavam lá acorreram e a porta abriu-se diante dela.
 Gritaram: – Viva a Nação!
 “Ela, ouvindo esses berros e ao mesmo tempo vendo os assassinos e os cadáveres, exclamou: – Meu Deus! Estou perdida!

“Neste instante recebeu uma ferida na cabeça que encheu o seu rosto de sangue. “Um dos homens que ali estavam a jogou no chão e os outros a traspassaram com lanças e espadas. Seu belo corpo foi imediatamente desnudado e mutilado do modo mais afrontoso. 

 “A cabeça, cuja face estava enobrecida pela morte, foi primeiro colocada como espetáculo da massa numa taverna e se brindou à morte dela.” 
“Logo foi colocada sobre uma lança que foi coberta por seus formosos cachos louros, e ela foi levada pelas ruas e pelas casas onde tinha vivido e tinha visitado a miúdo, como se a morta ainda pudesse ter um sentimento por isso.

 “Subitamente se disse entre a canalha, que se devia mostrar a cabeça aos prisioneiros do Templo, para que vissem de que modo se vinga o povo de seus inimigos”. Os prisioneiros do Templo eram o rei e a rainha, que estavam presos na torre do Templo.

 “O rei foi então convidado a mostrar-se ao público e então puseram diante dele a cabeça de Mme de Lamballe, que ele olhou com horror.

” Os senhores podem imaginar a cena naturalmente… “Também a rainha devia aparecer na janela, mas desmaiou. Quem fazia isso com quem era menos, o que não faria com quem era mais?… “Uma dama da rainha, à qual também se levou a cabeça para ver, caiu desmaiada à vista da cabeça e morreu poucos dias depois por efeito do terror.

 “Criados fiéis ao duque de Penthièvre, que era o sogro dela, que venerava sua nora por suas virtudes, perseguiam os assassinos com consideráveis somas de dinheiro no bolso e procuraram uma ocasião de comprar-lhes as caras relíquias. 

 Eles conseguiram comprar a cabeça, a qual foi trancada num cofre de chumbo e enterrada na sepultura da família, em Dreux.

 A notícia da horrenda morte de sua nora causou a morte do duque. 

 Grande Deus, exclamou, para que servem a juventude, a formosura e a graça, se nem sequer já encontram mais favor diante do povo? Durante anos eu vivi com ela e nunca encontrei em sua alma um pensamento que não fosse pela rainha, para mim e para os pobres. E a esse anjo, puderam fazê-lo em pedaços!” 

O duque de Penthièvre,( neto por via ilegitima do Rei Luis XIV)  que era o sogro dela, era um homem tão esmoler – ele era imensamente rico –, que durante a Revolução contra ele não ousaram fazer nada.
 E ele morreu  na cama, tendo adoecido de desgosto pela morte de sua amada nora e depois do rei Luís XVI, em Março de 1793.
 
 Porque a popularidade dele era tal, que não houve meio de animar os assassinos a tocarem nele. Esta princesa era companheira dele nessas doações, porque ela era viúva, e vivia em casa do sogro e participava da ação caritativa do sogro.

 Os senhores veem, portanto, aqui, o espírito, a mentalidade da Revolução Francesa que é tal e qual da Revolução comunista na Rússia. E que fez exatamente com os descendentes do Tzar a mesmíssima coisa. E é a mentalidade do comunismo na América do Sul.
 
 
Esta morte, cruel e bárbara  foi ao mesmo tempo uma morte que revelou a abnegação dela.

 Sua morte tem algo de um martírio e neste sentido ela é sublime. Ela morreu por encarnar princípios, tradições e instituições que o ódio satânico da Revolução queria destruir. E neste sentido, teve algo de martírio. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A Única Descendente dos Reis que sobreviveu: Madame Royalle

Maria  Teresa  Carlota,  a  primeira  filha e  única  descendente  do  Casal  Real  Luis XVI  e  Maria  Antonieta  que  sobreviveu  aos  horrores  da  Revolução  Francesa  nasceu  em  19  de  Dezembro  de  1778  em  Versalhes.



Em  sua  tenra  infância  não  era  apegada  com  a  mãe,  (  talvez  porque  Maria  Antonieta  era  mais  ligada  aos  filhos  rapazes  e  por  não  a  mimar  como  fazia  o  pai )  entretanto  seu  sentimento  para  com  a  mãe  mudou  quando  esta  passou  a  dedicar-se  mais  a  ela.

 Marie  Antonieta   estava  determinada  que a  filha  não  deveria  crescer  para  ser   arrogante  como  as  tias solteiras  do  marido. Ela  muitas  vezes  convidou  crianças  de  baixa  patente  para  vir  e  jantar  com Maria-Teresa  e  incentivou  o  filho  a  dar  seus  brinquedos  para  os pobres.

  Em  contraste  com  a  imagem  dela  como  uma  rainha  materialista  que   ignorou   a  situação  dos pobres, Maria Antonieta  tentou  ensinar  sua  filha  sobre  os  sofrimentos  dos  outros.  No  dia  de  Ano Novo  em  1784,  depois  de  ter  alguns  brinquedos  bonitos  trazidos  ao  apartamento  de              Maria-Teresa , ela disse-lhe:
Eu teria gostado de ter-lhe dado todos estes como presentes de Ano Novo, mas o inverno é muito difícil, há uma multidão de pessoas infelizes que não têm pão para comer, sem roupas para vestir, nenhuma madeira para fazer fogo. Eu lhes dei todo meu dinheiro; Não tenho mais nada para comprar-lhe presentes, assim não haverá nenhum este ano. 

 As  primeiras  tragédias  na  sua  vida  foram  as  mortes  de  sua  irmã  Sofia  de  um  ano  de  idade  e  dois  anos  depois  de  seu  irmão  o  Delfim  Luis  José  ás  vésperas  da  Revolução.

 As  diferenças  de  temperamento  entre  Madame  Royalle  e  seus  irmãos,  em  especial  á  Luis  Carlos  eram  notórias.
O  Delfim  Luis  Carlos  (  que  recebeu  esse  título  após  a  morte  do  irmão  mais  velho  Luis  José)  era  alegre  e  divertido  enquanto  Madame  Royalle  não tinha a  alegria  nem  a  tranqüilidade  de  uma  criança de  sua  idade.






Madame  Royalle  com  o  Delfim  Luis  Carlos.







Madame  Royalle  com  a  mãe  e  o  irmão.

 Quando  sua  família  foi  confinada  no  Palácio  das  Tulherias,  seus  pais  organizaram  a  fuga  que  infelizmente  não  foi  bem  conduzida  tendo  sido  apanhados  em  Varenes.


Sua  melhor  preceptora  foi  Madame  de  Tourzel  grande  amiga  de  seus  pais  e  adorava  Madame  Royalle  e  seus  irmãos  tendo  ficado  com  a  Família  Real  até  o  momento  em  que  foi  arrancada  junto  com  sua  filha  Paulina  e  foram  conduzidas     a  uma  prisão  mais  dura,  da  qual  foram  resgatadas no  massacre  de  setembro  por  um  cavalheiro  incógnito.

Paulina  filha  de  Madame  de  Tourzel  foi  a  melhor  amiga  de  Madame  Royalle,  sendo  7  anos  mais  velha  que  Madame  Royalle.

A  execução  de  seu  pai  adorado  a  fez  adoecer.
Seis  meses  depois  seu  irmão  foi  retirado  da  companhia  dela,  de  sua  mãe  e  de  sua  tia.
Um  mes  depois  foi  sua  mãe  que  foi  retirada  dela  e  Madame  Royalle 
foi deixado aos cuidados de sua tia Élisabeth  a  qual  lhe  incutia  muita  fé  e  fortes  principios  morais  tendo  Madame  Royalle  escrito  sobre  ela:
 "Eu sinto que  tenho sua natureza... Ela me considerou e cuidou de mim como sua filha, e eu, eu honrei-la como uma segunda mãe ".
Sua  tia  havia  a  advertido a  ter  cuidado  que  os  guardas  nunca  a  encontrassem  deitada  de  forma  que    infeliz  Princes  dormia  sempre  sentada.
Mas  nem  sua  tia  foi  poupada  tendo  os  guardas  a  ido  buscar  a  pretexto  de  interrogatório
no  dia   9 de Maio 1794 e executado no dia seguinte.

Entretanto  Madame  Royalle  ficou  em  pleno  desconhecimento  das  execuções  de  sua  mãe  e  de  sua  tia,  bem  como  a  morte  do  irmão  na  prisão,  de  onde  ela  ouvia  os  gritos  dele  e  ela  também  gritava  quando  o  ouvia.

 Tudo que ela sabia era que seu pai estava morto. As seguintes  palavras  foram  riscadas  na  parede  de seu  quarto  na  torre:

Maria-Teresa Carlota é a pessoa mais infeliz do mundo. Ela pode obter nenhuma notícia de sua mãe; nem se reunir com ela, embora ela tenha perguntado isso mil vezes. Ao vivo, a minha boa mãe! quem eu amo também, mas de quem eu posso ouvi nenhuma notícia. Ó meu pai! vigiá-me do céu acima. Oh meu Deus! perdoar aqueles que fizeram os meus pais sofrem ".

Procurou  refúgio  nos  livros,  mas  só  tinha  2  e  foram-lhe  negados  todos  os  seus  pedidos  por  mais  livros. 

Possivelmente  tal  como  seu  irmão  Delfim  que  foi  drogado,  embriagado, ela  poderá  ter  sofrido  outro  tipo  de  abusos  de  ordem  sexual.  tamanha  era  a  baixeza  dos  revolucionários.


Por  fim  seu  primo  Imperador  Francisco II  da  Aústria  conseguiu  sua  libertação  em  troca  do  prisioneiro  Nicolas Marie Quinette,.

Quando  sua  prisão  foi  abrandada,  ela  era  uma  moça  completamente  desiludida,  que  nem  reparou  a  princípio  quando  a  chamaram.

Em  preparação  para  a liberação  da  prisão  abrandaram  as condições de detenção e colocou Marie Thérèse e  concederam-lhe  uma  dama  Madame, de  Chanterenne  recebeu  esta  importante  tarefa  de  comunicar  o  que  tinha  acontecido  com  sua  família
  em  Agosto  de  1795  tendo  Madame  Royalle  soltando soluços altos de angústia e dor,  o  que  seria  de  enlouquecer  qualquer  jovem  que  estava  a  espera  de  ser  libertada  junto  com  sua  família,  ela  conseguiu  recompor-se  com  o  tempo graças  a  mesma  Madame  de  chanterenne  que  foi  amorosa,  paciente.


Acima de tudo proximidade humana e amizade ajudou Maria Teresa a recuperar.

A tal ponto que Madame Royalle lhe entregou seu Diário do Templo que ela escrevera durante sua prisão. Com período compreendido entre: suas memórias sobre o período de 1792/08/10 a 1795/06/08.

Segue  aqui  o  link  do  seu  diário:

http://penelope.uchicago.edu/angouleme/intro.xhtml





 Últimos dias na prisão Temple -

Marie Therese Charlotte de France
Prefácio de Louis de Bourbon -
Edições Jacob-Duvernet, publicado em janeiro de 2012, 152 p. 16 90 €


 http://royaute-news-archives.eklablog.com/les-memoires-de-madame-royale-derniers-jours-a-la-prison-du-temple-a80899792


Ela  se  apegou  a  Madame  de  Chanterene,  mas  não  lhe  foi  permitido  leva-la  consigo  quando  foi  libertada,  pois  seus  parentes  não  queriam  ninguém  com  ela  do  tempo  do  cativeiro.

A  separação  foi  penosa  para  ambas.
Muitos  anos  depois  Madame  de  Chanterene  publicou  seu  Diário  e  isto  levou  ao  corte  de  relações  entre  elas  porque  Madame  Royalle  o  entregou  como  recordação  e  não  o  queria  publicado.

Desde  17  de  Agosto, 1795  Madame Royale  foi  permitido  também  receber algum familiar do passado no Templo.
O  primeiro  visitante  animado,  mas  logo  uma  grande  sensação
 Foi   esta   Stephanie-Louise  de  Montcairzain,   supostamente   uma   prima   foi (aparentemente uma filha ilegítima do príncipe de Conti e a duquesa de Mazarin). Depois  de  vários  pedidos  de  repente  ela  teve  a  permissão  para  visitar  a  princesa.
A  primeira  visita  aconteceu  no  dia  17  de  agosto, 1795  a  25 de agosto  a  Montcairzain  agora  parecia  um  dia  mais. Mas, tão rapidamente  como  eles  conseguiram  a  permissão, sua  outra  visita  foi subitamente  proibida.
Os motivos  nunca foram completamente esclarecidas.

A  partir  de  1795/02/09  visitaram  ela    Madame  de  Tourzel  e  sua  filha  Paulina  á  Princesa.  Durante a  primeira  visita,  eles  foram  autorizadas  a  ver  Maria  Teresa  ainda  sozinha, mais  tarde  Madame  de Chanterenne  estaria  então  sempre  presente.

Mesmo  com  a  visita  de  Madame  de  Mackau  (a ex-enfermeira) Madame  Laurent  e Madame  de  Varennes   era  Madame  de  Chanterenne  que  estaria  presente e, posteriormente,  informou  ao  Comitê  sobre  os  procedimentos  de  estadia.

Graças  às   visitas  de  sua  querida  governanta  Madame  de  Tourzel   Maria  Teresa  foi  capaz  de recuperar  dentro  de  um  curto  período  de  tempo  todos  os  eventos  desde  a  prisão -, mas  também em  contato  com  seu  tio  Luís XVIII.
 Sobre  Madame  de  Tourzel  uma  pequena  troca  de  cartas  ocorreu. Luís XVIII. soube  a partir da condição mental e física da sobrinha
 Madame Royale .

 Maria-Teresa  chegou  em  Viena  em  9  de  Janeiro  de  1796, à  noite, vinte  e  dois  dias  depois  de  ter deixado  o  templo.


Seus  parentes  Habsburgo  que  nunca  fizeram  caso  de  sua  mãe,  durante  a  Revolução,  agora  mostravam-se  atenciosos  com  ela  por  interesse,  o  Imperador  Francisco  II  poderia  ter  salvado  a  vida  da  mãe  dela  e  tia  dele sem  entrar  em  guerra .

 Georges  Danton  tentou  negociar com  o Imperador  para  a   liberação  de  Maria  Antonieta, mas  Francisco  não  estava  disposto  a   fazer concessões  em  troca.


Para  a  família  imperial  austríaca , ela  não  era  importante  pelos  laços  familiares e  sim  seu  dinheiro! 
Imperador  Francisco II  pensou  que  Madame  Royalle  poderia  se  casar  com um arquiduque  austríaco, seria  possível  obter  mais  de  Maria  Teresa   possessões francesas.

Quanto  ao    irmão do  Imperador  o  Arquiduque  arquiduque Carlos Teschen. era  comentado  que  amava  sua  prima  e  era  correspondido.  Ele  era  um  brilhante  Marechal  de  Campo,  sofria  por  vezes  de  crises  epiléticas.

Neste  momento  forjado  Luís XVIII.  e  os  familiares  dos  Habsburgos,  em  Viena  já  planejavam casamento  para  a  Princesa  e   a garota  ficou   à  mercê da  política.  Porque  Maria  Teresa  foi  a  única herdeira  dos  bens  dos  Bourbon  e  foi - especialmente  no  que  diz  respeito  ao  trono  francês - como um  particularmente  bom Partido!! Os  diamantes  da  Rainha  executada   jóias  valiosas  chegou mais tarde  a  Viena  e  pertencia  à  herança  de  Madame  Royale.

 E  para  o  futuro  Rei  Luís XVIII.  Maria  Teresa  também   era  valiosa.

 E  com  o  povo  agora reverenciando  Maria  Teresa ele  tinha  uma  poderosa  figura  popular  do  seu lado, o  que  ajudaria  a  restauração  de  uma  monarquia  francesa  imensamente.





Tiara  que  ganhou  de  presente  como  Duquesa  de  Angoulême.







Luis  Antonio,  Duque  de  Angouleme.


Madame  Royalle,  em  seu  coração,  pretendia  ficar  na  Aústria,  mas  seu  tio  Conde  de  Provence  e  futuro  Rei  Luis XVIII   argumentou  que  seus  pais  haviam  desejado  o  casamento  entre  ela  e  o  Duque  de  Angoulême  e  assim  acontecendo  ela  poderia  se  tornar  Rainha  da  França,  pois  o  Conde  de  Provence  não  tinha  filhos  e  por  isso  o  Herdeiro  do  Trono  da  França  era  o  Duque  de  Angoulême  o  que  faria  dela  Rainha  da  França.

Pelo  que  Madame  Royalle  decidiu  aceitar  o  casamento  arranjado  com  seu  primo,  mas  não  sem   antes  reaver  o  seu  dote.
Era  grata  a  sua  família  austríaca,  mas  não  tinha  liberdade  para  se  encontrar  com  sua  família  paterna. Foi  preciso  o  Czar  Paulo  dar  um  ultimato á  Viena  para  a  deixarem  sair.



 Por  fim,  após  3 anos  e  meio  em  Viena  reencontrou  tio  Conde  de  Provence  o  que  lhe  causou  grande  alegria  e  queria-o  como  a  um  pai.
Quando  seu  noivo  Duque  de  Angouleme  foi-lhe  apresentado,  apesar  de  não  ser  bonito,  tinha  carácter  e  assim  os  dois  casaram-se.


   Louis-Antoine -  seu  primo  Duque  de  Angoulême  era  um  rapaz tímido  e  gago.   Seu  pai  tentou  persuadir  Louis XVIII  contra  o  casamento. No  entanto, o casamento foi  em  frente, a  ter  lugar  em  10  de  Junho  de  1799 em  Jelgava Palace (atual Letônia).  
 Entendiam-se  bem,  ainda  que  não  tiveram  filhos,  pois  ele  sofria  de  impotência.
Viveram  na  Inglaterra  até  a  restauração  em  1814  de  Luis  XVIII.


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Madame  Royalle  com  seus  dois  tios:  á  direita  o  Conde  de  Provence  (  futuro  Luis  XVIII)  e  a  esquerda  seu  tio  e  sogro  Conde  Artois  (  futuro  Carlos  X).
Foi  dedicada  aos  dois  como  uma  filha. 

Fez  grandes  sacrifícios  pela  família  no  exílio,  quando  seu  tio  o  Conde  de  Provence,  perdia  o  apoio  de  cabeças  coroadas.

Quando  seu  tio  foi  coroado  como  Luis  XVIII  ele  proibiu-a  de  ver  qualquer  um  dos  pretendentes  que  se  afirmavam  serem  seu  irmão,  isso  causou-lhe  grande  angústia  ainda  que  ela  se  submeteu.

Pouco  tempo  depois  rebentou  a  Guerra  dos  cem  dias,  a  última  tentativa  do  degenerado farsante  Napoleão    se  apossar  do  Trono.
Luis  XVIII  fugiu,  mas  Madame  Royalle  já  então  Duquesa  de  Angoulême  foi  a  única  a  ficar  e  tentar  reunir  tropas ,  tendo  as  tropas  só  condado  em  defende-la  mas  não  queriam
provocar  uma  guerra  civil  com  as  tropas  de  Napoleão.
  Maria-Teresa permaneceu  hospedada  em  Bordeaux  apesar  das  ordens  de  Napoleão  para  ela  ser presa quando  seu  exército  chegou.




Quando  da  fuga  de  Napoleão  que  organizou  a  guerra  dos  100  dias,  as  ordens  do  imperador  farsante, LUIS XVIII  fugiu  e  toda  família, ficando  Madame  Royalle  que  tentou  organizar  um  Exército  e  apesar  da coragem  da  princesa  que  vem  apenas  para  arengar  os  soldados, eles  traem  a  causa  dos  Bourbons  e passam  para o  inimigo.
 A  duquesa  de  Angouleme  é  então  forçad a  ir  para  a  Inglaterra,  onde  ela  negocia  a  compra  de armas  para  a  Vendéia  e  se  esforça  para  organizar  os  monarquistas  no  oeste  da  França,  buscando Espanhois  para   vir  e   apoiá-los.


Esta  ação  ganhou-lhe  uma  reputação  de  adoração  pelos  monarquistas:  torna-se " Heroína de Bordeaux ", que  reagrupa  os  monarquistas  fiéis.  Seu  heroísmo  é  contad em  músicas  ou  tipos  de  poemas  épicos que  fazem  dela  uma  deusa  guerreira  e  sábia  que  salvou  a  França.

Só  depois  de  ter  se  convencido  que  sua  causa estava  perdida, e que  Bordeaux   sofreria  uma  destruição  sem  sentido,  ela  finalmente  concordou  em  retirar-se.

 Suas  ações  causaram  em   Napoleão  a  observação  de  que  ela  era  o  "único  homem  em  sua  família.

Tendo  Napoleão  sido  derrotado  em  Waterloo em  18  de  Junho  de  1815, a  Casa de Bourbon  foi restaurada  por  uma  segunda  vez, e  Louis XVIII  voltou  para  a  França.
Luis  XVIII  morreu  em  1824   e  seu  tio  e  sogro  foi  coroado  com  Rei  Carlos  X.
Seu  marido  era  o  herdeiro.
Entretanto  o  usurpador  Luis  Felipe  deu  um  golpe  que  ficou  conhecido  como:  A  REVOLUÇÃO  DE  JULHO  DE  1830.
Tendo  Carlos X  abdicado  em  favor  de  seu  filho  o  Duque  d  Angoulême,  este  fugiu  as  suas  responsabilidade  abdicando  no  seu  sobrinho.
Mas  a  Câmara  dos  Deputados  em  sua  perfídia  ofereceram  a  Coroa  a  LUIS  FELIPE ,  um  infame  sem  qualquer  Direito  á  Coroa.
Partiram  assim  
Em 4 de agosto, em um longo cortejo, Maria-Teresa deixou Rambouillet  para  um  novo  exílio  com  seu tio,  seu marido, seus  sobrinho duque de Bordeaux,   Luísa de Bourbon  e  a  mãe  destes,  sua  cunhada   a duquesa de Berry,
 Em  16  de  agosto,  a  família tinha chegado ao porto de Cherbourg, onde eles embarcaram  em  um  navio para a  Grã-Bretanha.




Quanto  a  sua  amiga  Paulina:
Ela  continuará  a  visitar  Maria  Teresa em   seu confinamento  na  prisão  de  Temple  e  continuou   a escrever  para  ela  durante  seu  exílio,  enviando-lhe  uma  flor  do  túmulo  de  seus  pais.                 Paulina  e   Maria Teresa  se  rencontrariam  em 29 de abril de 1814 no Palácio de Compiegne após a restauração dos Bourbon.
Pauline se tornou dama de  companhia  de  Marie Thérèse  e  fui  com  ela  ao túmulos de  seus  pais   Louis XVI  e  Maria   Antonieta.  
Ela  acompanhou  Maria  Teresa  em sua  viagem  ao  redor  França,  para  as  províncias,  como  Bordeaux, mas separou-se  dela  em 03 de agosto de 1830 após a abdicação de Charles X.

No  exílio,  moraram  em  vários  Países.  Ela  cuidou  devotamente  de  seu  tio  e  sogro  
de sua última doença em 1836, quando ele morreu de cólera.
Foi  uma  mãe  para  seus  sobrinhos Henrique Conde Chambord e
Luísa de Bourbon.
 O avô   Carlos  X  retirou-os  á  mãe  a  Duquesa  de  Berry  que  causou  vergonha  na  família  por uma  gravidez  em  viúva  de  pai   desconhecido.























Ela foi uma mãe para eles e eles viram nela sua segunda mãe.
Acima  os  dois  sobrinhos  já  na  idade  adulta,  tendo  Madame  Royalle  se  encarregado  deles  deles  desde  a  adolescência.

Após  ficar  viúva  em  1844, 
Maria-Teresa, em seguida, mudou-se para Schloss Frohsdorf, um castelo barroco nos arredores de Viena. Passava os dias a  fazer caminhadas, leitura, corte e costura e orando. Seus sobrinhos  por  afinidade,  o conde de Chambord, e sua irmã se juntou a ela lá.
Foram-lhe  muitos  devotados  até  a  morte  dela .
Maria-Teresa  morreu de pneumonia em 19 de outubro de 1851.


 Encontra-se sepultada na Igreja de Santa Maria da Anunciação, na Cripta da Família Bourbon Nova Gorica na Eslovénia.

Seu lugar é na basílica real de Saint-Denis, o túmulo dos reis de França, seus pais.

Os membros da Família Real estão enterrados no mesmo lugar e que deve acompanhar a retornar são:

-Carlos X

- Luis XIX, Duque de Angoulême, filho.

- Henrique V, Duque de Bordeaux, conde de Chambord, neto de Charles X.

- Maria Teresa da Áustria-Este, condessa de Chambord.

- Luisa d'Artois, irmã do conde de Chambord.



Marie Thérèse da França foi , ao longo de sua vida o símbolo da monarquia e da fidelidade, fazendo esforço incessante para transmitir a memória autêntica da realeza.
Ao  passo  que  sua  cunhada  em  sua  viuvez  teve  uma  filha  ilegítima,  levando  todos  os  Bourbons  a  rejeita-la,  Maria  Teresa  permaneceu  sem  nenhuma  mancha  em  sua  reputação .

Abaixo  o  Brasão  de  Madame  Royalle:



TESTAMENTO  DE  MADAME  ROYALLE:

Em seu testamento, ela escreveu:
"Minha gratidão a todos os franceses que permaneceram leais a mim e minha família, pela evidência da devoção que nos deram e para o sofrimento que passamos. Peço a Deus que vos encha de bênçãos para a França para que eu sempre amei, mesmo na hora das minhas aflições as mais amargas.
"O relato de sua vida assim que começou em 19 de dezembro,  é a data de seu nascimento.


Faço  ainda  um  paralelo  entre  ela  e  as  filhas  do  último  Czar  Nicolau  II.
Estas  foram  mortas  com  os   pais  e  o  irmão.
Maria  Teresa  também  perdeu  seus  pais  e  irmão,  além  da  tia.
Não  foi  mártir   executada  como  OTMA-as  Grâ-Duquesas,  mas  foi  mártir  de  sofrimento.
Não  morreu  na  flor  da  idade como  OTMA (  se  bem  que  seu  sofrimento  no  templo  poderia  ter-lhe  causado  a  morte)  mas  viveu  até  a  velhice  deixando  um  excelente  exemplo  para  qualquer  mulher ,  tal  como  OTMA  deixaram  um  excelente  exemplo  para  a  juventude.

Quanto  ao  Direito  ao  Trono  Francês,  ainda  que  Madame  Royalle  não  teve  descendentes,  sua  cunhada  teve  dois  filhos  e  o  Herdeiro  Conde de  Chambord  não  deixou  descendencia  mas  sua  irmã  Luísa  de  Bourbon  deixou  e  em  minha  opinião,  os  descendentes  de Luisa  de  Borbon  neta  de  Carlos  X  é  quem  teem  o  Direito  ao  trono  da  França:

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADsa_de_Bourbon

São  os  descendentes  de  Roberto  I  de  Parma:

  "Nenhuma  mulher  na  história  foi  perseguida  tanto  pelo  infortúnio", ainda  disse  dela  a duquesa de Dino (1793-1862).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_I_de_Parma